A
instabilidade institucional por que passa o Brasil, causa grave preocupação nos
movimentos sociais, exigindo que as forças democráticas da nação se unam, na
defesa cada vez mais premente, do respeito à ordem constitucional, da soberania
nacional, política e econômica, e especialmente na manutenção e ampliação dos
programas sociais. Neste contexto se inclui a luta contra a corrupção mediante
uma Reforma Política Democrática. A pressão que os movimentos populares e os
deputados progressistas fizeram contra a PEC da Corrupção (aquela que
constitucionaliza o financiamento das eleições com dinheiro das empresas)
impediu que o segundo turno de votação encerrasse, estando agora prevista a
votação do “destaque” sobre o tema.
A
mobilização necessita ser ampliada, ainda mais agora quando pesquisa do
Datafolha, encomendada pela OAB, desmente as afirmações improcedentes de que o
Povo aceitava que o poder econômico influenciasse e decidisse as eleições. A
verdade: 74% dos brasileiros são favoráveis ao fim do financiamento de campanha
por empresas e 79% consideram que tal financiamento estimula a corrupção.
Por
outro lado, a fragilização política do Presidente da Câmara dos Deputados, o
mais ativo articulador da constitucionalização do financiamento das eleições
por empresas, aumenta a chance de sermos vitoriosos na aprovação do destaque. A
mobilização deverá ser realizada fundamentalmente nos Estados.
Experiências
anteriores indicam que a pressão exercida sobre os parlamentares, em suas bases
eleitorais, é o caminho mais eficiente para buscar um resultado que atenda às
aspirações populares. Por isso, a proposta é que essa atividade seja iniciada
ainda durante o recesso, ocasião em que os parlamentares estarão em contato com
suas bases, devendo continuar também durante a votação da matéria no Senado.
A mobilização deverá visar a consolidação dos
votos contrários à constitucionalização do financiamento, bem como pressionar
os parlamentares que votaram a favor para que mudem seu voto. Atenção especial
deve ser dada àqueles que tenham algum relacionamento com segmentos dos
movimentos sociais.
A
luta pode assegurar a aprovação do destaque e, mais ainda, manterá viva a
resistência contra a ofensiva anti-civilizatória e a pauta retrógrada que os
setores conservadores querem impor à sociedade. Só uma ampla e unitária
mobilização, com o povo ocupando as ruas em torno de bandeiras democráticas, se
poderá conter o retrocesso político e assegurar o fim do poder econômico nas
eleições.
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Assessoria de Imprensa Coalizão