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sexta-feira, 30 de abril de 2010

Refletir o projeto

Reflexão
Editorial

O presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB) parece mesmo empenhado em ter a paternidade do projeto “Ficha Limpa”, como o parlamentar que lutou até os seus limites máximos para que a matéria vá ao plenário para votação. Ainda que o projeto de iniciativa popular (sempre é bom lembrar) não seja aprovado, certamente que permanecerá a imagem daquela pessoa que depositou todas as suas forças (e influências) no trâmite da matéria até a sua votação. Assim, não caberia a essa pessoa (Temer) a carapuça do político ‘ficha suja’, do corrupto e do corporativista, perfil que se encaixa em boa parte dos representantes do povo nas casas legislativas e na administração pública. Trata-se na verdade de um cacife enorme para que tem grandes e reais possibilidades de ser candidato a vice na chapa da situação à Presidência da República.

Segundas intenções à parte, na última quartafeira, o presidente da Câmara dos Deputados disse na próxima terça-feira será voltado em plenário um requerimento de urgência (regime que dispensa prazo e formalidade regimentais) para que o “Ficha Limpa” seja votado rapidamente. Para que a matéria tramite nesse regime é necessário que requerimento seja apresentado por 1/3 dos deputados; líderes que representem esse número ou 2/3 dos integrantes de uma das comissões que avaliarão a proposta. Caso seja aprovado o requerimento, o projeto poderá entrar em votação em seguida, em sessão extraordinária. O abnegado presidente da Câmara dos Deputados pedirá aos líderes dos partidos que convençam as suas bancadas da necessidade de se aprovar o pedido de urgência. A questão pode ser tomada até como um exemplo de como as coisas acontecem no Congresso. Quando há empenho se vota tudo e quando se quiser, de acordo com as conveniências e vontades.

Ainda que representantes do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral e entidades que
subscrevem o projeto “Ficha Limpa” estejam acompanhando de perto a tramitação da matéria, mantendo inclusive diálogo permanente com Michel Temer, não como se negar que há um distanciamento da sociedade nesse processo, apesar de lá estarem mais de 1,6 milhão de assinaturas de brasileiros. Numa consulta pelas ruas, certamente grande número de populares não saberá responder do que se trata o ‘Ficha Limpa’. Talvez boa parte tenha uma vaga noção. Poucos saberão responder sobre o trâmite do projeto, sobre a data em que ele pode ir à votação e muito menos sobre o texto original da proposição, as alterações que já recebeu (em comum acordo com parlamentares e proponentes do projeto) e as mudanças que ainda podem ser feitas pelos deputados, que obviamente desejam que tudo fique como está, pelo menos nas eleições este ano.


Esse distanciamento, obviamente, não é novidade alguma. A sociedade parece mesmo viver num mundo à parte, como se a política não fosse parte integrante de suas vidas. Caso houvesse um acompanhamento mais próximo das atividades parlamentares, das ações do governo, dos passos dos políticos não haveria sequer a necessidade se estar agora lutando para se aprovar um projeto chamado “Ficha Limpa”. O expurgo dos políticos canastrões, espertalhões e carreiristas deveria ser algo natural, onde quem não tem competência e moral não se estabeleceria. Essa é a reflexão que se deve fazer sempre que se fala em voto consciente e agora também em “Ficha Limpa”.

Diário dos Campos - 30.04.2010

Ficha Limpa na próxima semana

Ficha limpa urgente
Notas Políticas

O requerimento de urgência para votação do projeto da Ficha Limpa será colocado na pauta da próxima terça-feira da Câmara Federal. Caso aprovado o pedido, o projeto poderá ser votado em seguida, durante sessão extraordinária. Ontem, os deputados adiaram a votação da proposta na CCJ. O acordo inicial era que o projeto recebesse um relatório de consenso na comissão, o qual deveria ser votado até hoje, para seguir ao plenário.


Gazeta do Povo - 29.04.2010

Terça que vem: Ficha Limpa

Ficha Limpa na pressão
autoria do texto: Dora Kramer

O Congresso Nacional, primeiro a Câmara Federal e, se for o caso, mais adiante o Senado, tem uma chance esplêndida, senão de se reconciliar de todo com a opinião pública, ao menos de amenizar o desgaste de imagem que vem construindo ao longo de uma trajetória de gradativa desqualificação e distanciamento da sociedade.

O Poder Legislativo está, como diz a expressão cara ao senso comum, com a faca e o queijo nas mãos.

Cabe aos parlamentares decidirem se cortam, se lancetam essa ferida aprovando na próxima terça-feira o regime de urgência para o projeto de lei complementar que veta a participação em eleições de candidatos condenados por crimes dolosos graves, ou se deixam tudo como está.

Sem receio de cometer uma enorme injustiça, é de se afirmar com tranquilidade que se dependesse exclusivamente da vontade do colegiado venceria a hipótese, a velha força da inércia.

Inclusive porque é a que vem prevalecendo há muito tempo, considerando que não é de hoje que tramitam propostas no Legislativo para alterar a lei no que tange à presunção da inocência para fins de inelegibilidade.

Essa mesmo de que se trata agora estava celeremente caminhando em direção ao buraco negro do esquecimento. Foi posta convenientemente em pauta no início de abril, sem acordo de líderes, voltou para a Comissão de Constituição e Justiça. Apesar de os partidos de oposição terem apresentado pedido de urgência para votação em plenário, continuou girando no mesmo ponto porque isso só poderia ir em frente com o apoio da maioria dos partidos.

Até então PT e PMDB se recusavam a assinar a urgência. Ontem de manhã parecia que o “deixa que eu chuto” paralisante continuaria quando um grupo de deputados apresentou pedido de vista ao relatório. Manobra protelatória clara.

Quando, no início da tarde, PT e PMDB mudaram de tática e assinaram a urgência. Com isso, o pedido de urgência será votado terça-feira próxima em plenário – voto aberto – e, espera-se, o projeto propriamente dito, no dia seguinte.

E o que operou semelhante mudança?

As eleições. Não as de deputados, que não guardam uma relação direta entre o voto dado e o eleito. Mas a de governadores e principalmente de presidente.

Como a oposição vota a favor do projeto ficha limpa, o PT e o PMDB avaliaram que se continuassem contra poderiam acabar prejudicando a campanha de Dilma Rousseff, pois em algum momento os eleitores passariam a cobrar dela uma posição.

A alteração tática não significa necessariamente garantia de aprovação: há água aos potes para rolar.

Dote

A vantagem do tempo que terá a candidata do PT em relação ao adversário do PSDB na propaganda eleitoral no rádio e da televisão explica o esforço para fazer aliança formal com o PMDB.

No melhor cenário simulado para Dilma Rousseff, a petista terá 11m37s e José Serra 5m36s; na pior hipótese para ela e melhor para ele, de cada bloco de 25 minutos exibidos três vezes por semana duas vezes ao dia, Dilma ficaria com 9m32s e Serra com 7m41s.

Os tucanos certamente argumentarão que nas duas eleições anteriores em que foram derrotados eram eles a contar a vantagem do tempo maior. Portanto, esse não seria um fator determinante. Agora, pergunte-se se não gostariam de continuar contando com essa primazia. Claro que sim.

E o que pesou para desequilibrar o tempo a favor do PT? O PMDB. Não só por isso, mas também por isso o fato de nem Lula conseguir impor suas vontades ao parceiro.

Falanges

Em matéria de descalabros produzidos na internet a tropa oposicionista é apenas mais discreta que a governista, dado que o way of life petista nesse tipo de batalha antecede ao advento da web.

Mas, do jeito que a coisa anda, logo ou haverá alguma interferência dos comandos a fim de se instaurar a civilidade ou se locupletarão todos numa guerra de extermínio moral.


Gazeta do Povo - 29.04.2010
Dora Kramer, autora do texto, é colunista do jornal.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Votação Ficha Limpa em sete dias

Semana que vem o congresso irá votar na Ficha Limpa, podendo eliminar das eleições candidatos com ficha criminal. Um movimento sem precedentes surgiu - juntos nós conseguimos 1,9 milhões de assinaturas e inundamos nossos parlamentares com mensagens e telefonemas.

Agora estamos na reta final. Dezenas de deputados respondem a processos por corrupção, e eles tentarão de tudo para convencer os outros a votarem contra a Ficha Limpa. A nossa pressão tem que ser mais forte.

O voto será apertado e somente uma mobilização popular *massiva* poderá garantir que a Ficha Limpa passe. Todo brasileiro precisa ter a chance de levar a sua voz ao congresso – encaminhe este alerta para os seus amigos e familiares para ultrapassarmos a nossa meta de 2 milhões de nomes:

http://www.avaaz.org/po/brasil_ficha_limpa/?vl

Eles tentaram acabar com o projeto em cada passo: no grupo de trabalho, em plenária, e de volta à comissão. Nós lutamos muito por esta votação e conseguimos! Semana que vem será a votação que ira definir se o Brasil do futuro será uma verdadeira democracia ou se continuará a ser governado por interesses corruptos. Todo brasileiro precisa tirar dois minutos do seu tempo para aderir à Ficha Limpa, é o mínimo que podemos fazer pelo nosso país.

Caso você já tenha assinado a petição e divulgado para os seus amigos, há um link na página da petição para uma central de mobilização onde você pode continuar a pressionar o seu deputado ligando e insistindo para ele votar a favor da Ficha Limpa. Tudo que fizermos na próxima semana - assinando, encaminhando emails, ligando, falando sobre o assunto no trabalho ou com a família – contribuirá para o movimento nacional massivo que precisamos. Para começar, assine abaixo:

http://www.avaaz.org/po/brasil_ficha_limpa/?vl

Com esperança,

Graziela, Ricken, Alice, Pascal, Luis, Paul, Iain e toda a equipe Avaaz

Saiba mais sobre a Ficha Limpa:

Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral:
http://www.mcce.org.br/

ONGs reforçam pressão por projeto 'Ficha Limpa':
http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,ongs-reforcam-pressao-por-projeto-ficha-limpa,540304,0.htm

Temer quer votar Ficha Limpa no início de maio:
http://oglobo.globo.com/pais/mat/2010/04/20/temer-quer-votar-ficha-limpa-no-inicio-de-maio-916393570.asp


Congresso adia votação do Projeto de Lei Ficha Limpa

ÚLTIMAS NOTÍCIAS DO FICHA LIMPA

O Projeto de Lei Ficha Limpa está em perigo.
O Congresso adiou a votação com o intuito de dar mais tempo para "aprimorar" o projeto, ou seja, enfraquecê-lo para que ele não remova eficazmente corruptos das eleições.

Muitos parlamentares temem essa nova lei já que dezenas deles respondem a processos na justiça. Eles estão tentando influenciar a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) a enfraquecer o projeto. Nossas vozes precisam falar mais alto -- esta é uma luta pelo futuro do nosso país. Clique abaixo para mandar uma mensagem para a CCJ, pedindo que eles se mantenham firmes contra a corrupção:

http://www.avaaz.org/po/salve_ficha_limpa/?vl

Juntos, nós mostramos o apoio massivo da população brasileira pela Ficha Limpa. No entanto, precisamos fazer mais -- vamos mostrar aos políticos que estamos determinados, não iremos parar e que se formos ignorados, eles irão pagar o preço nas eleições. A CCJ deveria apoiar o projeto de lei, mas é provável que políticos corruptos estejam tentando oferecer acordos e troca de favores para eles enfraquecerem a Ficha Limpa. Nós podemos oferecer uma proposta melhor: se eles apoiarem a Ficha Limpa, ele poderão manter seus empregos.

Vamos inundar a comissão de revisão com milhares de mensagens e telefonemas pedindo que eles tomem a decisão certa: não tolerar a corrupção e se recusar a enfraquecer o texto. A população brasileira quer essa lei e merecemos que ela seja aprovada pelo Congresso:

http://www.avaaz.org/po/salve_ficha_limpa/?vl

Neste ano eleitoral, nós possuímos um grande poder coletivo para mudar a política. Ao redor do mundo, a Internet vem se mostrando uma nova força política, uma forma de democratizar a política e criar novos canais de participação para a população. Se soubermos utilizar esta ferramenta, nossos políticos finalmente entenderão que se nós os elegemos, eles trabalham para nós.

Se trabalharmos juntos, o Ficha Limpa pode se tornar lei mês que vem!

Com esperança,

Graziela, Ricken, Alice, Luis, Pascal, Ben, Iain, Paul and the whole Avaaz team

PS. Estamos quase conseguindo 2 milhões de assinaturas para a petição pela Ficha Limpa - se você ainda não assinou clique aqui: http://www.avaaz.org/po/brasil_ficha_limpa/

Saiba mais:

Usuários de redes sociais se mobilizam a favor do Projeto de Lei Ficha Limpa:
http://idgnow.uol.com.br/internet/2010/04/06/usuarios-de-redes-sociais-se-mobilizam-a-favor-do-projeto-de-lei-ficha-limpa/

Câmara adia para maio a votação do projeto Ficha Limpa, O Globo, 07/04/2010:
http://oglobo.globo.com/pais/mat/2010/04/07/camara-adia-para-maio-votacao-do-projeto-ficha-limpa-916272868.asp

Aliados trabalham contra Ficha Limpa, Estadão, 11/04/2010:
http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,aliados-trabalham-contra-ficha-limpa,536844,0.htm

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Entidades lançam manifesto por moralização

Assembleia

As denúncias de irregularidades envolvendo a Assembleia Legislativa do Paraná levaram um grupo de entidades de Ponta Grossa a se posicionar, defendendo a apuração dos fatos e a tomada de providências sobre o caso. Com a assinatura de mais de dez entidades de classe, foi emitido um documento intitulado “Manifesto pela Moralização da Assembleia Legislativa do Paraná”, no qual é criticada a falta de transparência do Legislativo paranaense.

A apresentação do manifesto aconteceu na sede da Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (Acipg). O documento não reivindica o afastamento do presidente da Assembleia, Nelson Justus (DEM), mas o presidente da Acipg, Márcio Pauliki, deu a entender que esse deveria ser o caminho. “Em uma empresa, quando há uma situação como essa, o seu diretor presidente é demitido”, ilustrou.

O presidente da subseção Ponta Grossa da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Luiz Alberto Kubaski, lembra que a direção estadual do órgão já se manifestou pelo afastamento de Justus.
“Nossa manifestação é uma manifestação ordeira, que reclama resultados e respeito à cidadania. Nós entendemos que é necessária uma mudança radical na postura da Assembleia”, defendeu.

O documento aponta que os chamados “atos secretos”, que escamotearam uma série de irregularidades, como desvio de verbas e contratação de funcionários “fantasmas”, “dão mostras suficientes de que interesses pessoais contaminam as decisões parlamentares, presenteando os paranaenses com a revoltante sensação de impunidade”. Mais adiante, destaca que “a apuração dos fatos e a tomada de providências são essenciais para a moralização da Casa”.

O manifesto cita como problemas o “excesso de nomeações, irregularidades nas contratações, falta de controle na assiduidade dos colaboradores e denúncias de desvios de recursos”. Diante disso, as entidades colocam como exigência que “os Poderes Constituídos possam, assim que apurados os fatos dentro do devido processo legal que garanta aos envolvidos as garantias constitucionais e identificados os envolvidos, aplicar com firmeza as devidas sanções aos responsáveis para, assim, recuperar a credibilidade e o respeito que a instituição merece”.

Diário dos Campos - 24.04.2010

Portal da Transparência Pública no Legislativo de Ponta Grossa

Portal terá dados sobre diárias dos vereadores

Proposta do ex-presidente da Câmara, vereador Sebastião Mainardes Junior (DEM), que cria o Portal da Transparência Pública no Legislativo, determina que sejam publicados no site(http://www.cmpg.pr.gov.br/) relatórios com dados das despesas feitas com diárias de viagens fornecidas ao parlamentares e servidores. O projeto de Resolução, que está com a minuta pronta e deve ser protocolado na próxima semana, também prevê a divulgação de informações sobre a parte financeira e do quadro de servidores da Casa, além de estabelecer o prazo de dois dias úteis após o empenho, para a publicação das despesas.

Durante sua estada na presidência da Câmara, Mainardes deu início ao Portal da Transparência, ao divulgar os balancetes com números globais das receitas e dos gastos. Agora, ele quer transformar em lei a medida, ampliando o rol de dados a serem publicados. “Trata-se de um espaço destinado a dar publicidade aos dados e informações de interesse público, possibilitando o conhecimento e acompanhamento das ações administrativas”, explica Mainardes.

O relatório dos gastos com diárias deve conter a agenda cumprida durante a viagem, os assuntos tratados e com quem foram tratados, os resultados obtidos, o meio de transporte utilizado e o valor dos recursos liberados. Atualmente, esse tipo de informação não é divulgado.

A proposta determina que as receitas e despesas devem ser discriminadas com os valores dos recursos vindos do Executivo e o número do processo que identifica cada gasto, com a nota de empenho, quem recebeu o dinheiro e o valor da transação. “Creio que a busca da transparência é o caminho a ser seguido, diante de tudo o que estamos presenciando em nível nacional”, disse Mainardes.

O presidente da Câmara, Alessandro Lozza de Moraes (PSDB), enalteceu a iniciativa de Mainardes. “Tudo o que for para dar clareza às ações e ao funcionamento da Câmara
será bem vindo. Vamos aprovar e colocar em prática o quanto antes”, comentou.

Lista de servidores terá função e nível salarial

No Portal da Transparência deverá estar a relação completa dos servidores efetivos e comissionados, com o nome, a função, a unidade em que está lotado, com a indicação do nível salarial e símbolo das gratificações por encargos especiais e funções gratificadas, eventualmente recebidas pelo servidor. O valor total do salário não vai constar, segundo Mainardes, porque não é permitido pela legislação.

No site ainda deverá conter a relação completa do patrimônio da Câmara e um incentivo para que a população participe das audiências públicas que tratam do Orçamento do Município.

Jornal da Manhã - 24.04.2010

Michel Temer acredita que Ficha Limpa sai até quinta feira

O presidente da Câmara Federal, Michel Temer (PMDB-SP), espera para até a próxima quinta feira (29) a entrega do projeto consolidado que pretende impedir candidatos com processo na Justiça de se candidatarem às eleições, conhecido como ‘ficha limpa’. A Comissão de Constituição e Justiça analisa emendas ao texto, antes que seja encaminhado à presidência da Câmara a fim de ser levado a votação em plenário. A iniciativa do projeto partiu da população, com a intenção de moralizar o processo eleitoral.

Jornal da Manhã - 24.04.2010

terça-feira, 20 de abril de 2010

Lista Limpa

Lista Limpa
texto de Michel Temer

Representantes da sociedade civil organizada apresentaram, ano passado, mais de 1,3 milhões de assinaturas propondo à Câmara dos Deputados a aprovação de lei para impedir que candidatos condenados judicialmente, em primeira instância, disputem eleições. Popularmente conhecido como projeto da "ficha limpa", essa proposta ganhou tramitação acelerada em minha gestão, sendo apensada a projetos que tramitam por vários anos e já estavam prontos para serem votados em Plenário.

Essa forma permitiu que fossem cortados vários estágios antes de o projeto ser apreciado pelos deputados, numa economia de tempo considerável para a tramitação da matéria. Na semana passada, o relatório inicial foi apresentado pelo deputado Índio da Costa, depois de ampla negociação com as entidades que se mobilizaram para pressionar pela sua aprovação na Casa. Também foram ouvidos especialistas em Direito.

Há que se considerar que a matéria vem ao encontro do momento pelo qual passa o mundo inteiro, onde a cobrança da chamada "accountability" exige cada vez mais que o agente público preste contas de seus atos e seja responsabilizado pelos eventuais erros cometidos. É tendência que também chegou ao Brasil nos últimos anos, com forte presença na mídia e em setores sociais mais atuantes.

O projeto, entretanto, teve sua constitucionalidade questionada por impedir a candidatura de pessoas com processos em curso, mesmo que condenadas em primeira instância. Basta lembrar que, a uma primeira condenação, é possível recurso à segunda e, depois, à terceira instância. Muitas vezes, os tribunais superiores reformam decisões de primeiro julgamento.

Não o suficiente contudo para conter a onda de cobranças aos políticos, até porque essa onda é fortalecida pela sucessão de escândalos e denúncias veiculadas em repetida cascata pela mídia nacional. A repetição, algumas vezes das mesmas cenas de um mesmo escândalo, engolfam a todas a classe, sem distinção, sem separar os diferentes. Iguala a todos na mesma voraz vala comum. São "políticos da mesma farinha do mesmo saco".
Autoria do texto: Michel Temer, presidente da Câmara dos Deputados.

Jornal da Manhã - 20.04.2010.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Os Inimigos da Ficha Limpa

Os Inimigos da Ficha Limpa
texto de Antonio Carlos Pannunzio

Frustou-se, semana passada, na Câmara dos Deputados, o anseio da maioria dos brasileiros que deseja a imediata votação e aplicação do projeto ficha limpa. Os artífices dessa afronta aos anseios da população foram os parlamentares da base governista,principalmente do PT e do PMDB que, para isso, usaram de todas as manobras regimentais de parlamentares possíveis e imagináveis.

O projeto ficha limpa nasceu da crescente indignação popular contra os políticos desonestos. Foi subscrito por 1,6 milhão de eleitores, em diferentes estados, e tem o apoio de todos que, em nossa Pátria, desejam excluir da vida pública indivíduos a quem falta um mínimo de probidade para, nela, atuarem com dignidade.

Com aquele projeto, os brasileiros deixaram claro que não aceitam mais que a política brasileira seja contaminada por indivíduos que, no exercício de cargos eletivos, saqueiam os cofres públicos, acumulam vantagens ilícitas e praticam até crimes comuns. Depois, utilizam o mandato como instrumento para não prestar contas à Justiça.

Na tramitação do projeto da ficha limpa pela Câmara, a ele foram incorporadas várias outras medidas higienizadoras da política brasileira, cuja votação tem sido adiada, graças a manobras regimentais. Transformado em lei, com sua redação atual, ele dará origem a um choque de moralidade de amplas proporções, alterando profundamente, para melhor, os padrões políticos e administrativos vigentes no Brasil.

Quando tudo estava pronto para ser votado, parlamentares do PT e do PMDB e de alguns outros partidos da base governista entraram em cena.Com mil alegações de duvidoso fundamento jurídico, impediram que o projeto fosse levado a plenário e submetido à votação, da qual tudo indicava que sairia vitorioso , face ao forte clamor da sociedade para que seja transformado em lei.

Fizeram mais os governistas. Determinaram seu retornoà Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde ele já havia sido analisado e aprovado na sua admissibilidade Constitucional. Para tanto, alegaram que a CCJ não teria examinado e deliberado sobre todas as emendas que a matéria recebeu.

Por trás dessa máscara de respeito à formalidades jurídicas, o que pretendem, na verdade, é travar o seu andamento naquela comissão e impedir que chegue a plenário a tempo de ser votado e aplicado na eleição deste ano.

Os defensores da moralização da política brasileira, no entanto, não se deixarão intimidar pelos estertores da corrupção. Sabem que têm a seu lado a maioria dos cidadãos, enojada com os abusos cometidos contra os interesses do povo por aqueles que deveriam defendê-los. Por isso, ainda há fortes motivos para manter a esperança de que o projeto da ficha limpa se torne lei a tempo de reger a eleição de 2010 e todas as que, daqui para frente, sejam realizadas em nosso País.

Autoria do Texto: Antonio Carlos Pannunzio é deputado federal, membro da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), vice-líder de bancada, foi presidente do diretório estadual do PSDB em São Paulo.

O Estado do Paraná - 14.04.2010

quinta-feira, 8 de abril de 2010

MCCE PG está no twitter

Para quem deseja receber informações do Movimento de Combate a Corrupção Eleitoral (MCCE) de Ponta Grossa via twitter, basta segui-lo:

www.twitter.com/mccepg

Mais de 60% dos deputados federais paranaenses manifestaram-se a favor do Projeto Ficha Limpa


Nos dias cinco e seis de abril de 2010, todos os deputados federais paranaenses foram contatados pelo Movimento de Combate a Corrupção Eleitoral (MCCE) de Ponta Grossa. Os parlamentares foram questionados a respeito de seus posicionamentos com relação ao projeto Ficha Limpa, o qual foi adiado no último dia 07 de abril para a primeira semana de maio. A maioria dos deputados não estava presente em seus gabinetes no momento das ligações. No entanto, através de seus respectivos assessores e secretários, algumas posições foram apresentadas.

Ao todo, 63.3% dos deputados federais se posicionaram favoráveis a PLP 518/2009. Dentre eles, Affonso Camargo (PSDB), Dr. Rosinha (PT), Moacir Michelleto (PMDB), Osmar Serraglio (PMDB), Cássio Taniguchi (DEM), Alceni Guerra (DEM), Hermes Parcianello (PMDB), Assis de Couto (PT), Chico da Princesa (PR), Gustavo Fruet (PSDB), Luiz Carlos Setim (DEM), Abelardo Lupion (DEM), Rodrigo Rocha Loures (PMDB) e Eduardo Sciarra (DEM).

Além do deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB), que já havia se manifestado favorável ao projeto Ficha Limpa, o deputado Wilson Picler (PDT) também se posicionou a favor após questionamento durante a inauguração do Hospital Regional, em Ponta Grossa.

Os parlamentares Alfredo Kaefer (PSDB), André Zacharow (PMDB) e Alex Canziani (PTB) se manifestaram publicamente através de contas no twitter e blog, respectivamente, a favor do projeto. Com relação aos senadores estaduais, Álvaro Dias e Osmar Dias apóiam o Ficha Limpa.

Os deputados Angelo Vanhoni (PT), Cezar Silvestri (PPS), Íris Simões (PR), Dilceu Sperafico (PP), Giacobo (PR), Marcelo Almeida (PMDB), Nelson Meurer (PP) e Odílio Balbinotti (PMDB) também foram contatados. No entanto, não apresentaram suas posições.

Os assessores e secretários dos parlamentares André Vargas (PT) e do senador Flávio Arns ficaram de retornar as ligações, mas até as 19 horas do dia 06 de abril, não haviam ligado. Até este dia e horário, os deputados Takayama (PSC) e Ratinho Junior (PSC) não tinham um posicionamento definido.

As ligações foram coordenadas pelo professor Sérgio Gadini, porta-voz do MCCE de Ponta Grossa, e realizada na Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (Acipg) pelos acadêmicos Fabiano da Rocha Galvão, estudante de Direito da Faculdade União e Amanda Milléo, estudante de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).

"O voto não tem preço, tem consequência (...)"

Para o integrante voluntário do MCCE de Ponta Grossa, ErmarToniolo, o momento atual tem importância fundamental para o país, especialmente para os "bons políticos" que poderão decidir o destino de uma nação mais séria e livre da praga do século, a corrupção. Toniolo explica que somente através do voto com qualidade o cidadão fará a sua parte para limpar o Congresso manchado pelos escândalos.

"Talvez para a nossa geração não mude, mas, para frente, nossos filhos e netos farão parte de uma sociedade mais crítica", analisa Toniolo. Segundo o integrante do movimento, a educação é o principal meio para que, no futuro, a situação reverta. Com pessoas mais críticas, a média atual de que cada dez eleitores, três votam conscientes, aumentaria. E, ao invés de sete pessoas que vendem seus votos, sete mudariam a história do país.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Ficha Limpa na imprensa de PG

Somente uma resposta

Apenas um dos 30 deputados federais paranaenses respondeu à consulta formulada pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) de Ponta Grossa sobre o posicionamento a respeito do projeto "Ficha Limpa". A proposta, que deve ser votada pela Câmara Federal nos próximos dias, veta a participação nas eleições de políticos condenados pela Justiça. Quem respondeu ao MCCE foi o deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB), que se posicionou favoravelmente ao projeto de iniciativa popular.

Manifestações favoráveis

Durante inauguração do Hospital Regional, na quarta-feira, integrantes do movimento questionaram o deputado Wilson Picler (PDT), que se disse "absolutamente a favor". Além dele, o deputado estadual Antônio Anibelli (PMDB) se mostrou favorável. "Temos que banir da política os bandidos identificados ou identificar os bandidos", disse.

Pronto para ir a votação

A princípio, o projeto "Ficha Limpa" pode ser votado a partir da próxima quarta-feira na Câmara Federal. Como a matéria é polêmica, pode haver sua postergação. Ao todo, mais de 1,6 milhão de brasileiros assinaram o projeto. Só em Ponta Grossa, foram mais de 16 mil assinaturas colhidas pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral.

Jornal Diário dos Campos - 02 e 03/04/2010