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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

CARTA ABERTA DE PONTA GROSSA

DEMONSTRE SUA INDIGNAÇÃO CONTRA A CORRUPÇÃO

O Brasil vive uma de suas piores crises. Desta vez não restrita ao setor econômico, às necessidades básicas da população ou à sua soberania, mas uma crise sem precedente no seu cerne; uma crise ética. O efeito direto disso é que a corrupção aumenta dia-a-dia em todos os setores, principalmente no setor público, e grande parte da população assiste passivamente bandidos roubarem o dinheiro público, que tem origem na arrecadação dos impostos e contribuições que todos nós pagamos.

A corrupção está em todas as esferas de poder, seja ele Executivo (governo federal, estadual ou municipal), Legislativo (congresso nacional, assembléia legislativa ou câmara de vereadores) e Judiciário (juízes ou tribunais). Mas está também entranhada nos hábitos e costumes de uma parcela significativa da população que vê com naturalidade o desvio, o achaque, a propina e o ‘por fora’. Está também no modo de vida de todo aquele que acha interessante, válido e aceitável cobrar ou pagar propina ou comissões indevidas para facilitar um negócio, livrar-se de uma penalidade ou obter qualquer vantagem. Embora seja um escândalo no plano público, é igualmente danoso no meio da sociedade civil.

Estimativa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) aponta que cerca de R$ 80 bilhões são desviados a cada ano, em atos de corrupção. Todo esse dinheiro poderia – e deveria – ser investido na melhoria da vida da população, aplicado na educação, na cultura, na saúde, no saneamento básico, na segurança, na moradia popular, na construção de estradas, portos e aeroportos, no sistema de trânsito ou na pesquisa científica, de forma a proporcionar a cada brasileiro uma condição melhor, e não compor a fortuna de meliantes.

A corrupção está em todo lugar, desde quando um administrador público contrata um serviço ou uma obra com preços superfaturados em troca de receber de empresários um dinheiro “por fora”, ou quando os detentores do poder “negociam” e legislam em causa própria, aumentando vantagens, criando despesas e cargos públicos desnecessários, como acontece nos governos Federal, Estadual e Municipal, e também no Congresso Nacional, Assembléias Legislativas e Câmaras de Vereadores. São milhares de “cabides de emprego” com altos salários e que não têm nenhuma necessidade para a população.

Exemplo de legislar em causa própria é a norma federal que permite que vereadores possam gastar até 5% do orçamento de seus municípios com despesas e remuneração dos próprios vereadores. Em Ponta Grossa os 5% correspondem a despesas que podem chegar a R$ 20 milhões ao ano, o que é um absurdo.

Este é o momento de todo brasileiro agir, seja em seu local de trabalho, seja na sua escola, na sua vizinhança, na sua igreja. É hora de mostrar a todos que não aceitamos, não toleramos e nos indignamos diante de tanta corrupção

Indignar-se é cobrar do seu deputado, vereador, senador, prefeito ou governador, que ele tome uma atitude concreta contra esse desvio de dinheiro público por meio da corrupção. É exigir que o legislador proponha e busque aprovar novas leis que limitem os gastos desnecessários e punam com mais rigor os corruptos e os corruptores. É exigir que nossos governantes sejam mais transparentes e melhores gestores do dinheiro público.

Indignar-se é cobrar dos membros do Ministério Público agilidade na investigação e propositura de medidas judiciais contra atos de corrupção ou de má gestão do dinheiro público. É cobrar dos membros do Judiciário para que os julgamentos sejam rápidos e as penas mais severas contra os corruptos e corruptores.

Indignar-se é participar das entidades civis organizadas, de forma que sejam fortalecidas e que a cada dia se possa utilizar e aperfeiçoar mais a tecnologia da informação como instrumento de prevenção e investigação de ações de combate à corrupção.

Indignar-se é cobrar pessoalmente de nossos políticos, que receberam nossos votos e foram eleitos, para que, além de serem honestos e bons gestores do dinheiro público, demonstrem que estão agindo desta forma, sendo transparentes. É exigir que nossos representantes políticos sejam os primeiros a cobrar dos governantes que as pessoas denunciadas por corrupção sejam afastadas imediatamente de seus cargos.

Indignar-se é também não compactuar com nenhuma forma de corrupção, mesmo as que parecem inócuas ou brandas. É agir na vida privada com a mesma lisura que se espera que os homens públicos atuem. O comportamento em casa, na rua, no trabalho, na vida enfim, dentro de padrões éticos e com respeito integral ao outro e aos seus interesses e direitos, é um passo decisivo nessa caminhada e um exemplo indestrutível para as próximas gerações.

Indignar-se é não trocar o seu voto por empregos ou favores, entendendo que o voto é um bem muito precioso e que não pode ser pago através de benefícios individuais.

Não seja omisso! Explique aos seus filhos sobre o mal que é a corrupção! Mostre sua indignação conversando com seus amigos e familiares! Leve sua indignação para os políticos e exija deles uma atitude concreta e, se ele nada fizer, na próxima eleição escolha melhor em quem votar.

Lembrando, que ano que vem é ano eleitoral. Precisamos ser responsáveis e valorizar o voto, assumindo assim o papel de cidadão. É necessário disseminar onde estivermos presente o valor e a importância do voto, não se deixando levar pelos “falsos profetas”, que usam de pífios argumentos e artifícios tecnológicos, os quais o dinheiro pode oferecer para conquistarem o poder.



Comitê Ponta Grossa de Combate a Corrupção

09 de dezembro de 2011.

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